Ouvido na PF em MS, general diz que “nunca” quis prender Alexandre de Moraes – Capital

Interrogado pela Polícia Federal de Mato Grosso do Sul, o coronel reformado Laércio Vergílio, 69 anos, que se aposentou com o posto de general-de-brigada, mais uma vez negou que tenha feito arte de trama para dar golpe de Estado com direito à prisão de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). “Nunca consegui isso”, disse ao ser questionado sobre entender que Alexandre de Moraes deveria estar preso ou não, à frente da Superintendência da PF em Campo Grande.

Vergílio saiu do local por volta das 18h desta quinta-feira (22), quatro horas após chegar à sede da PF e afirmou que não pode dar mais detalhes sobre o depoimento, que prestou sem o acompanhamento de advogado. Ele teme ser prejudicado pela quebra de sigilo da investigação.

O alvo da Operação Tempus Veritatis, o oficial do Exército é natural de Adamantina (SP), mas mora no Bairro Buriti, em Campo Grande. Ele teve uma casa vasculhada pela PF no dia 8 de fevereiro por ser suspeito de fazer parte da ala militar que tinha a intenção de tomar o poder após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo a investigação da PF, o “General Vergílio”, como era chamado, foi um dos responsáveis ​​pelo “planejamento operacional para a prisão do ministro Alexandre de Moraes”, que tinha dados para acontecer – 18 de dezembro de 2022.

Ele nega. “Minha opinião é que a lei tem de ser cumprida. Todos são iguais a lei”, disse sobre o tema.

Ao deixar a PF, no fim desta tarde, Vergílio elogiou a investigação. “A Polícia Federal fez um trabalho muito profissional, estão de parabéns”. Afirmou ainda que achou importante ser chamado para depor, para esclarecer “os fatos”.

“Achei que foi muito produtivo na medida em que deu pra gente apresentar os fatos, para corrigir qualquer tipo de incidente. Mesmo em convalescênça e mesmo sem advogado, fiz questão de vir hoje”, afirmou, explicando que chegou a contratar advogado, na tarde de ontem, mas por ter sido da última hora, o defensor não pôde acompanhá-lo e orientou a pedir o adiamento da audiência. Ele, no entanto, fez questão de conversar com os policiais federais por horas, acompanhados do filho e da mulher.

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