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Ela vai destacar o que mudou no pós-pandemia e outros rompimentos enlutadores fora a morte
Mais tempo, outros menos. Não existe período pré-determinado para início e fim dos sintomas emocionais e também físicos do luto.
O dia de Finados (2) se aproxima e, com isso, tem gente sentindo mais intensamente a dor da perda de alguém querido. Para responder a dúvidas e ajudar a identificar sinais que sugerem a busca por tratamento terapêutico, a psicóloga Raíssa Ramos Pedroli vai falar do assunto em palestra gratuita.
Será na mesma data, às 9h, no cemitério Memorial Park. Especialista em luto, um profissional recebeu o convite por também ter experiência no atendimento a pacientes na Clínica do Luto, em Campo Grande.
Ela já havia falado sobre o assunto há cinco anos, no mesmo local. Agora, afirmamos que será necessário destacar mudanças que a pandemia e o comportamento das pessoas implicaram no processo de luto vívido por cada um.
Processo mudou -Ao Lado B, Raíssa primeiro reforçou que nada mudou quanto à duração do luto. “Não tem prazo de validade. Se a pessoa vive isso há cinco anos, não está errado”, disse.
Ela considera haver mudanças no pós-pandemia de covid-19, quanto ao grau de intensidade da vivência do processo. O impedimento de haver uma despedida, em muitos casos, agravou as consequências e prolongou o tempo em que é sentido.
“Seja por questões geográficas ou físicas, por exemplo, muitas pessoas não fizeram esse ritual de despedida. Isso é um fator agravante”, aponta a psicóloga. Prejuízos à socialização e às atividades produtivas da pessoa, além do desenvolvimento de doenças como a depressão, podem levar à necessidade de tratamento psicológico.
Outra coisa que Raíssa destaca é o reconhecimento cada vez maior por parte das pessoas que o luto não está relacionado à morte de alguém. Esse processo também é vívido após termos de relacionamentos amorosos, a missão de um emprego ou à perda de um animal de estimação, por exemplo.
“O luto é uma resposta normal e esperada para uma perda afetiva significativa”, resumiu a psicóloga. Tratamentos associados à terapia aceleram a recuperação. “Tudo consiste na reorganização daquela nova vida, que uma pessoa precisa reorganizar e reconstruir sem uma pessoa ou objeto amado”, continua.
Felizmente, um profissional percebe um aumento na busca por ajuda. “O comportamento das pessoas está mudando e elas estão mais propensas a isso”, finaliza.
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