Famoso pelos encontros de amigos e bandas, posto no Parque dos Poderes amanheceu cercado por cavaletes

Espaço onde aconteciam os encontros e apresentações musicais no posto. (Foto: Alex Machado)

O famoso ‘postinho’ do Parque dos Poderes encerrou as atividades após 37 anos de história. O posto, que deixou saudade em muita gente e virou ‘point’ de encontro de amigos e músicos, irá ceder espaço para outro empreendimento no próximo ano.

O posto de combustível ‘abriu as portas’ em 1987 na época em que a região do Parque dos Poderes não era tomada por imóveis proprietários e estabelecimentos. Na época, havia uma expectativa de que a próxima região fosse construída uma rodovia, por isso, os proprietários investiram no empreendimento.

A rodoviária nunca foi construída, mas o posto firme no endereço que passou a ser valorizado ano após ano. Em 2000 começou o movimento que deixaria o ‘postinho’ famoso em toda a cidade pelos anos seguintes.

Posto de combustível foi cercado por cavaletes nesta semana.  (Foto: Alex Machado)
Posto de combustível foi cercado por cavaletes nesta semana. (Foto: Alex Machado)

Nos finais de semana, o local recebeu bandas de rock, blues e jazz. Aos poucos, o movimento no postinho foi crescendo e muita gente ‘batia ponto’ no local só para ouvir música e tomar cerveja. Motociclistas, ciclistas e outros grupos tinham o postinho como referência de lazer.

Há 10 anos, as apresentações musicais e os encontros divertidos ao fim no ambiente. Sem o oferecer lazer de sempre, o posto de combustível funcionando até quarta-feira (28) e quem passou pela Avenida do Poeta encontrou o local cercado por cavaletes no dia seguinte.

Esse é oficialmente o ‘fim de uma era’ para os frequentadores que têm boas lembranças do postinho. A jornalista Débora Louise Gardin Guglielmelli comenta que durante todo domingo encontrei amigas motociclistas no local.

Segunda da direita para esquerda, Débora Louise com amigas motociclistas.  (Foto: arquivo pessoal)
Segunda da direita para esquerda, Débora Louise com amigas motociclistas. (Foto: arquivo pessoal)
Outro registro da jornalista nos encontros com os amigos que era 'sagrado'.  (Foto: Arquivo pessoal)
Outro registro de jornalista nos encontros com os amigos que eram ‘sagrados’. (Foto: Arquivo pessoal)

Além disso, ela também aproveitou para estender a noite depois dos shows do ‘MS Canta Brasil’. “O ‘Postinho’ e a Vânia (proprietária) vão deixar saudades. Aliás, já estamos sentindo essa falta. Todo domingo era sagrado passar lá. Fiz amizades, dei muita risada, tomei muita água de coco e cerveja estupidamente gelada. Ainda ouvi muita música boa depois dos shows de domingo”, recorda.

Por anos, Sandra Mello teve o postinho como lugar de referência para encontrar os amigos. Seja no começo ou no final de bate volta, o lugar era parada obrigatória dos motociclistas. Quando não tinha viagem na agenda, o compromisso dela era só curtir uma cerveja com a turma.

“O postinho sempre ficará registrado nas nossas memórias como o lugar certo de congregar, dar boas risadas, rever pessoas que nem sempre se viam em outros lugares e, claro, matar a sede com a cerveja mais gelada de Campo Grande”, relata.

De rosa, Sandra Mello com as amigas durante mais um encontro no postinho.  (Foto: Arquivo pessoal)
De rosa, Sandra Mello com as amigas durante mais um encontro no postinho. (Foto: Arquivo pessoal)

Vocalista da Banda Muchileiros, Carlos Bagre é um dos músicos que movimentavam a cena. Primeiro, o grupo se apresentava nas sextas-feiras, sábados, mas foi aos domingos que as apresentações conquistaram o público.

Em 2009, o grupo campo-grandense gravou um DVD no postinho. Na ocasião, o vocalista contou que o evento tomou uma proporção inédita. “Segundo os bombeiros, havia mais de quatro mil pessoas naquele dia e foi um dia muito cheio mesmo porque normalmente dava umas mil pessoas. Como foi um evento especial, deu muito mais gente”, diz.

Em algumas cidades encontra por onde a banda passa, o vocalista vez ou outra alguém dos tempos do postinho. “O que restou foi uma lembrança de um tempo muito bom. Muita gente nos encontra e fala: ‘Sou da época do postinho, todo domingo ia ver vocês’. O postinho virou uma referência da época”, pontua.

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