Equipe da Decon esteve no local na manhã desta quarta-feira após notificação anônima
Equipe da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) apreendeu 9.238,415 kg na distribuidora de carnes Nostro Beef. O local fica na Rua Tordesilhas, Bairro Silvia Regina, em Campo Grande, e foi alvo de fiscalização na manhã desta quarta-feira (8). O gerente do estabelecimento, homem de 36 anos, foi preso em flagrante.
Os policiais e a Vigilância Sanitária foram ao local após denúncia anônima de que um distribuidor estava vendendo carne fora do prazo de validade. Quando chegaram à empresa, as equipes constataram que as carnes eram vencidas desde janeiro e eram enviadas para o Paraná, onde seriam transformadas em charque para serem comercializadas.
Conforme o boletim de ocorrência, as carnes eram guardadas em três câmaras frias grandes. Ao ser questionado, o gerente afirmou que os produtos vencidos seriam devolvidos ao refrigerador de origem para descarte. Os policiais pediram uma nota fiscal e uma das funcionárias questionou se seria “dos produtos para charque”.
Ela então imprimiu o documento de uma carga de 10.548,709 kg de carne bovina resfriada sem osso totalizando R$ 158.230,64 para uma empresa em Nova Londrina no Paraná emitido no dia 3 de janeiro. A funcionária do local foi questionada sobre como sabia quais os produtos vencidos e ela falou que estariam descritos conforme a nota fiscal.
Perto das câmaras frias a polícia encontrou ainda uma planilha que relacionava os produtos vencidos entre janeiro e maio deste ano totalizando 408 caixas. A equipe então tomou apreensão e no momento em que fez a retirada encontrou no meio de um dos paletes a inscrição “charque”, dando ainda mais desculpas de que as carnes eram revendidas em outro “formato”.
Ao todo, foram apreendidos 9.238.415 kg de carnes fora do prazo de validade e o gerente foi preso em flagrante. O homem prestou depoimento acompanhado do advogado Wilson Carlos Marques e alegou que trabalhou na distribuidora há aproximadamente 40 dias e não tinha muito acesso “aos detalhes” do local.
Ele ainda contou que só vendeu a carne após “ordem” de outro funcionário e que o produto foi repassado para o comércio local. O gerente ainda afirmou que sabia o procedimento de tudo porque tem acesso às notas fiscais e às compras são feitas de vários frigoríficos. Ele deve passar por audiência de custódia nesta quinta-feira (9).
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