Os rios transbordantes continuaram subindo no Rio Grande do Sul durante o fim de semana, enquanto chuvas torrenciais atingiam mais uma vez o estado mais ao sul do Brasil. No domingo, autoridades e pesquisadores brasileiros emitiram novos alertas de enchentes para os próximos dias.

O Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul previu neste domingo uma nova elevação nos níveis do rio Guaíba, que corre adjacente à capital do estado, Porto Alegre. O lago pode atingir um recorde de 5,5 metros dependendo das chuvas e dos ventos, disse o instituto, bem acima do nível de inundação de 3 metros.

O rio Guaíba continuou subindo na manhã desta segunda e chegou a 4,8 metros às 9h. O atual nível recorde do lago (5,33 metros) foi alcançado há uma semana.

O Centro Nacional de Monitoramento e Alerta Precoce de Desastres Naturais (Cemaden), órgão federal, emitiu alerta para a probabilidade “muito alta” de eventos de risco hidrológico nos próximos dias tanto no Rio Grande do Sul quanto em seu vizinho ao norte, Santa Catarina. As enchentes devem “piorar significativamente a situação” em Porto Alegre, disse o Cemaden, com o Lago Guaíba voltando a subir nos próximos dias.

Autoridades de várias cidades sublinharam a urgência das ordens de evacuação dos residentes em zonas baixas, alertando que o pior ainda pode estar por vir. Os níveis de água nas regiões já inundadas “continuarão a subir”, afirmam as equipas de defesa civil, potencialmente até aos níveis da semana passada.

“Não retorne às áreas inundadas; permaneçam seguros até que o nível da água baixe”, disseram as autoridades num comunicado. Um alerta separado dizia respeito a prováveis ​​enchentes nos Vales do Taquari e do Paranhana e em morros do litoral norte do estado.

“Eu insisto, não é hora de voltar para casa. Não é hora de estar em áreas de alto risco. Precisamos proteger as pessoas. Essas áreas de encosta também precisam ser evitadas neste momento porque o terreno está alagado e os riscos de deslizamentos são reais”, disse o governador Eduardo Leite.

Segundo a empresa de monitoramento meteorológico MetSul, o excesso de chuvas em Caxias do Sul – segunda cidade mais populosa do estado – é provavelmente a causa dos tremores de terra na madrugada desta segunda-feira.

As autoridades estaduais afirmam que mais de 2,1 milhões foram afetados pela crise em curso no Rio Grande do Sul até segunda-feira. As enchentes no Rio Grande do Sul já mataram quase 150 pessoas. Enquanto isso, quase 620 mil foram forçados a deixar suas casas, o maior número de uma única tragédia já registrada no Brasil.

As novas chuvas revertem um cenário de redução do nível dos rios que foi observado entre a última quarta-feira e o início do fim de semana.

By admin

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *