Período de estimativa que acontece, normalmente, em junho, deve ocorrer já a partir de março

Combate ao incêndio na Serra do Amolar, no início de fevereiro (Foto: Divulgação/Portal MS)

Para este ano já é esperado um período bastante seco não Pantanal sul-mato-grossense. O nível do Rio Paraguai já evidencia o cenário e caminha para a pior seca dos últimos 124 anos.

Há quase três meses todo o Estado está com pouco registro de chuva. No último levantamento feito pelo Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), de 1° a 15 de fevereiro, dos 46 municípios analisados, apenas 1 registrado chuva acima da média (Porto Murtinho); e 45 abaixo.

Conforme análise meteorológica apresentada no 1º Seminário de Prevenção aos Incêndios Florestais de Mato Grosso do Sul, nesta quarta-feira (21), diante dessas situações, 20 municípios do Estado estão em estado de atenção com maior probabilidade de fogo até abril. Já sobre a tendência de focos de calor abrange quase os mesmos municípios.

Estão na lista: Jardim, Caracol, Sonora, Rio Negro, Rochedo, Cassilândia, Rochedo, Aparecida do Taboado, Selvíria, Chapadão do Sul, Santa Rita do Pardo, Brasilândia, Ribas do Rio Pardo, Água Clara, Nova Alvorada do Sul, Brasilândia , Dois Irmãos do Buriti, Nioaque, Iguatemi e Mundo Novo.

Mapa mostra previsão de probabilidade de fogo por municípios até abril (Foto: Divulgação/Cemtec)
Mapa mostra previsão de probabilidade de fogo por municípios até abril (Foto: Divulgação/Cemtec)

“Isso está muito ligado à falta de chuvas que a gente tem observado em dezembro, janeiro e metade de fevereiro. Isso faz com que a tendência dos focos de calor seja de aumento. Agora no período chuvoso era para estar acumulando água no solo ou no Pantanal alegando, como não houve alagamento, a tendência é que essa biomassa que está disponível para queimadura, seque mais rápida”, explicou o meteorologista Vinícius Sperling, do Cemtec.

Nível do rio – De acordo com o boletim diário da Sala de Situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) o Rio Paraguai, em Porto Esperança, está com 4 centímetros, sendo considerado estiagem. Em Ladário foi medido 73 centímetros. A cota de estimativa é de 52 para baixo.

O boletim do Serviço Geológico do Brasil mostra que em 1964, no Ladário, o rio atingiu nível mínimo de 61 centímetros. O menor registro desde uma série histórica que começou em 1900.

Segundo o presidente do Comitê do Fogo de MS, tenente coronel do Corpo de Bombeiros Militar, Leonardo Congro, a situação é preocupante.

“Este ano nós temos alguns prognósticos já prevendo uma situação de muita seca. Ladário é a bacia do Alto Paraguai e ela está numa marcação histórica bem baixa, é equivalente a um dado que aconteceu há 124 anos. Esse volume de água muito baixo já é um alerta importante que precisamos investigar um pouco mais para ver se vai se confirmar situações extremas de seca ao longo do ano”, explicou.

Ainda de acordo com ele, o econômico está preparado e se aperfeiçoando para as condições climáticas. Além do seminário, um dos planejamentos é orientar os donos de propriedades rurais sobre o combate ao fogo.

No começo do mês a PMA (Polícia Militar Ambiental) acordos e multou fazendeiro em R$ 9,6 milhões por queimada que atingiu a região da Serra do Amolar. Tratou-se exatamente de queima de resíduos que saiu do controle.

“A primeira fase é a de prevenção, nós vamos diretamente fazer um corpo a corpo com a propriedade rural, com a comunidade rural e também com todas as áreas que no seu entorno para levantar a necessidade de uma conduta preventiva adequada, uma conduta que realmente seja mais resiliente a essa questão”, completou.

Feito isso, a segunda fase compreende se preparar para o período crítico da estimativa que, normalmente, ocorre a partir de junho, mas que há dúvidas de antecipação.

“Temos percebido que há uma possibilidade dessa estimativa ser antecipada por causa desses eventos extremos de mudanças climáticas. Há uma possibilidade disso já estar de forma acentuada para o período de março”, finalizou.

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