Nunca é um bom começo quando falamos de um jogo fazendo referência a outros. Trata-se de uma armadilha de falta de personalidade e prejuízos, na qual Príncipe da Pérsia: A Coroa Perdida teima em não cair. Na verdade, é o contrário, e ao trazer a franquia de volta com uma perspectiva lateral que ecoa ao passado, o jogo também se aproveita de elementos bem colocados no mercado atual.

A proximidade mais óbvia, claro, vai de As areias do Tempo em diante, com menos ecos de seu passado clássico e mais de sua era moderna — é que podemos chamar assim uma sequência iniciada por um título de quase 20 anos atrás. Controlamos Sargon, o membro mais jovem dos Imortais, um grupo de guerreiros de elite que serve à realeza da Pérsia.

Continua após a publicidade

É um após combate ferrenho, que também serve para nos adequarmos ao controle, que iniciamos uma jornada altamente inspirada pelos Metroidvânias de hoje. Pelo caminho, criaturas gigantescas, inimigos comuns (mas não menos desafiadores), aliados e mistérios, além de um sistema de evolução sem pressa nenhuma.

Um mundo novo, mas com ar familiar

O sequestro de Ghassan pelas mãos de um dos membros dos Imortais dá início ao jogo e, também, um de seus elementos inusitados. Estaria o título do jogo nos entregando um spoiler ao indicar que o protagonista não é o Príncipe da Pérsia, mas sim a vítima que ele precisa resgatar?

Foi com essa pergunta em mente que iniciamos nossa aventura por Monte Qaf, onde Príncipe da Pérsia: A Coroa Perdida se situa. Ó Canaltech Teve acesso a uma amostra de mais de três horas de um título que promete ter mais de 20 horas de duração — e foi o suficiente para ser fisgado e, principalmente, querer muito mais.

Continua após a publicidade

Um grande motivo para isso é o fato de, mesmo altamente dependente das habilidades e da evolução de Sargon, sempre existir um caminho para obrigação. O novo jogo da Ubisoft Usa um pouco um recurso comum em Metroidvanias, até exibir ao jogador caminhos que ele ainda não pode alcançar e tesouros inatingíveis, mas sempre deixando claro que há muito a fazer com as possibilidades que estão à mão.

Outro elemento que passa essa sensação de progressão, ainda que não ligado às habilidades do protagonista, aparece na variação de cenários. Acredite, jogamos por 3h30 e passamos por vários ambientes diferentes, cada um deles com seu próprio desafio e categoria de inimigos, e mal arranhamos a superfície do que Príncipe da Pérsia: A Coroa Perdida tem a oferta.

De bibliotecas ocultas a masmorras e até uma floresta, também percebemos que o conjunto gráfico do jogo deseja entregar. Ainda que seja um título com visão lateral e movimentação 2D, o novo Príncipe da Pérsia tem muito apostado no plano de fundo e, inclusive, faz uso de mecanismos interessantes de perspectiva para alterar os cenários e criar novos caminhos para avançar.

Continua após a publicidade

Uma estátua gigante que parece presa no tempo, por exemplo, pode ser manipulada para criar plataformas que nos ajudem a subir. Em outro momento, recebemos a ajuda de um companheiro Imortal no combate contra inimigos, de forma tão natural que parece termos outro jogador humano ali. Tudo acontece em tempo real, praticamente sem carregamentos na versão para PC a que tivemos acesso.

Em meio a isso, temos as inevitáveis ​​toneladas de como uma alma, vindos de uma dependência às vezes excessiva por defesas bem realizadas e ataques inimigos indefensáveis. Por outro lado, temos uma colher de chá dos jogos de plataforma moderna já que, pelo menos nas batalhas contra chefes de fase gigantescos e impactantes, não voltamos diretamente aos checkpoints, ainda que estes, quando usados, recuperam energia e revivem os oponentes derrotados.

Continua após a publicidade

O mapa cheio de caminhos verticais e horizontais também ganha uma bela ajuda dos sistemas de acessibilidade, com marcadores digitais ou aqueles que fazem parte da história específica para indicar pontos de interesse e objetivos. Ainda temos as habilidades já mencionadas que abrem novas rotas e progridem a história de forma natural, com tempo mais do que suficiente para que o jogador entenda as novas dinâmicas e se acostume com o funcionamento desse mundo.

Mistérios da Pérsia

Os elementos de jogabilidade também se entremeiam à história. Ao encontrar um valioso arco de flechas mágicas que pertence a um amigo guerreiro, Sargon nota que ele está nas mãos de alguém bem conhecido: ele próprio, mas morto em outra realidade. O que foram algumas horas para nós, o outro companheiro, durou dias, enquanto os soldados que mal chegaram ao Qaf não só são encontrados mortos, mas em grau avançado de privacidade.

Continua após a publicidade

A trama de Príncipe da Pérsia: A Coroa Perdida, então, não se resume apenas ao sequestro do Príncipe da Pérsia e à traição de um dos companheiros do protagonista, logo no início, mas a algo muito maior. E novamente, para contar isso, a Ubisoft de Montpellier utiliza referências e elementos visuais bem criativos e marcantes.

Um combate específico, mais para o final da demonstração, é como uma piscadela aos fãs de anime, enquanto a forma como Sargon enfrenta alguns oponentes maiores nos remete a Deus da guerra. Ainda que exista pouco espaço para o diálogo, com poucas cutscenes durante nossa experiência, alguns dos Imortais ficaram marcados na mente, assim como a vontade de jogar com eles em um modo possível extra.

Continua após a publicidade

O que vimos é um jogo altamente polido, um pouco mais de um mês de seu lançamento, mas que também faz questão de se provar. Diante da recepção negativa ao anúncio de Príncipe da Pérsia: A Coroa Perdidaos envolvidos no título batem no peito e Acredito que não há produto que esteja sendo entregue. Em nossa experiência, deu para notar que eles têm certeza nessa confiança.

O novo jogo da Ubisoft pode não ser o título da franquia que os fãs esperavam, mas pode representar um salto de fé em uma nova direção, com um olho no passado e outro no futuro. A experiência é consistente, mesmo fazendo muitas referências, e merece a atenção de quem espera um novo Príncipe da Pérsia ou apenas procure um novo Metroidvania para explorar.

Quando Prince of Persia: The Lost Crown será lançado?

Príncipe da Pérsia: A Coroa Perdida tem lançamento marcado para o dia 18 de janeiro de 2023, em versões PC, PS5, Playstation 4, Xbox One, Xbox Série X|S e Interruptor Nintendo. O jogo chega localizado em português, mas sem dublagem.

By admin

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *