Buenos Aires (Argentina), 11 de dezembro (ANI): O recém-eleito presidente da Argentina, Javier Milei, alertou o povo de seu país para se preparar para “dolorosas medidas de austeridade” enquanto ele busca reverter décadas de “estagnação e declínio econômico”, informou a Al Jazeera.

Tomando posse no domingo, após a surpreendente vitória do mês passado, Milei usou o seu discurso inaugural para preparar os argentinos para as “dificuldades de curto prazo” que ele insiste serem necessárias para resolver a “maior crise da história do país”.

Rompendo com a tradição, o economista de 53 anos fez o seu discurso aos apoiantes de costas viradas para o Legislativo.

“Não há alternativa a não ser um ajuste de choque”, disse Milei depois de assumir o bastão e a faixa presidencial. “Não há dinheiro.” Os convidados da inauguração incluíram o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, o primeiro-ministro nacionalista da Hungria, Viktor Orban, o ex-presidente brasileiro e de direita Jair Bolsonaro, o líder conservador do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e o presidente esquerdista do Chile, Gabriel Boric, informou a Al Jazeera. .

Nomeadamente, a Argentina, que é a terceira maior economia da América Latina, tem tropeçado entre crises durante décadas e está a braços com uma inflação anual superior a 140 por cento e uma taxa de pobreza de 40 por cento.

O país também deve 45 mil milhões de dólares ao Fundo Monetário Internacional (FMI), informou a Al Jazeera.

Milei, que é conhecido pelas suas opiniões libertárias de extrema direita, prometeu uma série de medidas radicais para consertar a economia, incluindo cortes de gastos equivalentes a 5% da economia e a troca do peso argentino pelo dólar americano.

Autodenominada “anarcocapitalista”, Milei reiterou no domingo que o Estado assumiria o fardo de colocar as finanças do país em ordem.

“Sabemos que no curto prazo a situação irá piorar, mas em breve veremos os frutos do nosso esforço, tendo criado a base para um crescimento sólido e sustentável”, afirmou.

Em uma de suas primeiras ações no cargo, Milei anunciou nas redes sociais que havia assinado um decreto para reduzir pela metade o número de ministérios, de 18 para nove.

Milei, cujo estilo abrasivo atraiu comparações com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, ganhou fama com suas diatribes contra a classe política “ladrão” e invocações da “era de ouro” da Argentina durante o início do século XX.

A sua mensagem anti-establishment tocou os argentinos, especialmente os jovens, depois de sucessivos governos presidiram ao declínio do país de uma das economias mais ricas para um conto preventivo de má gestão económica, segundo a Al Jazeera.

No segundo turno das eleições de 19 de novembro, Milei derrotou decisivamente o ex-ministro da Economia Sergio Massa, da coalizão peronista de centro-esquerda.

No entanto, Milei ainda precisa de negociar com os rivais para governar eficazmente, uma vez que o seu bloco de coligação não tem maioria na legislatura.

Houve sinais de que o dissidente político poderia suavizar as suas posições mais radicais no cargo.

O gabinete de Milei inclui conservadores tradicionais em favor de libertários ideológicos, enquanto os rumores sobre o fechamento do banco central e a dolarização se dissiparam nas últimas semanas, informou a Al Jazeera. (ANI)

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