Este ano, 15 radares foram danificados em estradas de MS; equipamento é visto como redutor de danos ambientais
Dois radares foram destruídos na MS-178, no trecho de bonito a Guia Lopes, a 297 quilômetros de Campo Grande. Somente neste ano, 15 equipamentos foram danificados, vandalismo que prejudica a fiscalização e preocupa os ambientalistas, por conta do atropelamento de animais nas estradas.
Os drivers foram danificados neste mês, segundo informações do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito em MS). A equipe técnica esteve no local e os equipamentos serão recuperados e reativados, sem necessidade de retirada e sem custo ao poder público, por ser serviço previsto em contrato com a empresa responsável.
“Isso não é feito para muitas pessoas, mas para salvar vidas”, avaliou Arnaud Desbiez, presidente do Icas (Instituto de Conservação de Animais Silvestres), acrescentando que, embora a instalação de radares não seja uma solução mais eficiente para a segurança dos animais, servir como medida mitigatória.
“Acredito que ajude a conscientizar as pessoas”, avalia Arnaud. Para ambientalistas, a instalação de cercas ao longo das rodovias, principalmente em rotas de cidades turísticas, teria mais eficiência. Aliada a esta proteção, também são pontos abertos de travessia da fauna.
O projeto Bandeiras & Rodovias, do Icas, faz o mapeamento dos casos de atropelamento em Mato Grosso do Sul desde 2017, monitorando as principais rodovias que cortam o Estado.
Segundo Arnaud, por ano, em MS, a estimativa é que 40 tamanduás-bandeiras sejam atropelados a cada 100 km de estrada pavimentada. Em entrevista anterior, sobre atropelamentos de lobos-guarás, estimou-se que 70 desses animais morreram por ano nas estradas do Estado.
Danos – Segundo dados do Detran/MS, 15 radares já foram danificados em rodovias de MS, todos, em atos de vandalismo.
Segundo o departamento, os drivers de velocidade são instalados em locais de risco embasados por meio de pesquisas e estudos técnicos. Os equipamentos, de acordo com o Detran/MS, garantem que os motoristas respeitem a velocidade permitida na via, evitando acidentes e mortes de pessoas e animais silvestres, muitos deles em risco de extinção.
Um flagrante de morte na estrada foi feito pela reportagem em fevereiro deste ano, na BR-262, caminho de Corumbá.
Em 2021, a parceria da Agesul/Seilog (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul/Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística) implantou o “Programa Estrada Viva – A Fauna Pede Passagem” para reduzir as mortes de animais silvestres em rodovias de Mato Grosso do Sul.
Naquele período, uma das medidas, implantadas em 2022, foi a instalação de cerca ao longo da MS-178.
Em nota, a Agesul diz que mantém planejamento de curto prazo para instalar “dispositivos de mitigação de danos entre veículos e animais silvestres”, seguindo as diretrizes do programa, que monitora 22 trechos de 19 estradas estaduais, a maioria em municípios no entorno da Serra da Bodoquena.
Ainda segundo a agência, o Programa Estrada Viva continua com as cercas instaladas na MS-178 e prevê, em curto prazo e já em estudo, a instalação de tela condutora para a rodovia.
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