A dosagem de testosterona é conhecida para melhorar a função sexual em homens com menos de 40 anos e com hipogonadismo documentado. No entanto, os benefícios da sua reposição em homens mais idosos e com obesidade ainda são incertos, mesmo que ainda seja prescrito de forma recorrente nessas subpopulações.

Com base nisso, a Lancet divulgou recentemente um estudo que avalia subgrupos de homens com baixa testosterona e os possíveis benefícios sintomáticos de sua reposição.

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Metodologia

Foram realizadas uma revisão sistemática e meta-análise para pesquisas relacionadas aos benefícios sintomáticos da reposição de testosterona versus placebo em homens com idade superior a 18 anos com concentrações de testosterona inferiores a 12 nmol/L.

Foram realizados estudos em base de dados eletrônicos com registros em inglês no período de 01/01/1992 e 27/08/2018. Os estudos elegíveis foram ensaios clínicos controlados que avaliaram os efeitos de pelo menos 3 meses de tratamento com testosterona em testosterona homens com 18 anos ou mais com valor sérico total basal de testosterona inferior a 12 nmol/L (350 ng/dL). Os indivíduos participantes foram todos anônimos e os eventos cardiovasculares primários dos mesmos já foram publicados anteriormente.

No presente estudo, divulgaram os desenvolvimentos relacionados à função sexual, qualidade de vida e eventos psicológicos ao longo de 12 meses.

Resultados

Pela pesquisa, 9871 instruções foram identificadas. Após exclusão de publicações duplicadas ou que não preenchiam os critérios, 225 textos foram incluídos. Dentre essas, 109 publicações incluindo 35 estudos primários foram incluídos.

Desses, 17 ensaios providenciaram 1750 participantes do grupo testosterona e 1681 do grupo placebo. A média de idade dos participantes era de 67 anos e 3.281 de 3.380 participantes tinham mais de 40 anos de idade.

Além disso, a maioria era composta por indivíduos brancos e não fumantes e 1719 de 3423 participantes apresentaram IMC superior a 30 kg/m2.

A média de tratamento com testosterona foi de 8 meses e o acompanhamento por 30 semanas. Comparado com o grupo placebo, o grupo testosterona aumentou a pontuação total do Índice Internacional de função erétil (IIEF-15), atingindo diferença clínica importante para análise de disfunção erétil. Esses efeitos não podem ser dependentes da idade, presença de obesidade ou diabetes e concentração basal de testosterona dos pacientes.

No entanto, as metas absolutas do IIEF-15 alcançadas durante o tratamento com testosterona foram sujeitas a limites de idade do paciente e concentração de testosterona sérica total basal.

A testosterona melhorou significativamente a pontuação dos sintomas do envelhecimento masculino e alguns benefícios de qualidade de vida do escore de sintomas masculinos relacionados ao envelhecimento quando comparado com o placebo, porém não apresentaram melhora significativa dos sintomas psicológicos (medidos pelo Inventário de Depressão de Beck).

Interpretação e conclusão do estudo

Em homens com idade superior a 40 anos e níveis de testosterona inferiores a 12 nmol/L, o tratamento de curto a médio prazo com testosterona foi capaz de melhorar a disfunção erétil moderada, independentemente da idade do paciente, se possível obesidade ou do grau de de testosterona baixa. Entretanto, em pacientes com mais idade ou presença de obesidade, o tratamento pode apresentar menos benefícios.

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