Publicação traz avisos sobre pessoas em tratamento com o medicamento e uso de conservantes

Caixas do remédio Talidomida, feitas pela Fundação Ezequiel Dias (Foto: Funed)

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) reforçou a orientação sobre o medicamento Talidomida, responsável por ter causado malformação de consideráveis ​​bebês nos anos 60. O medicamento é acessível apenas em casos específicos e possui controle restrito do Ministério da Saúde. O medicamento é usado no tratamento de hanseníase, HIV/aids, lúpus, mieloma múltiplo (Câncer das células plasmáticas), doença do enxerto contra hospedeiro e síndrome mielodisplásica.

A publicação de cautela foi feita nesta quinta-feira (14) e, segundo a secretaria, o conteúdo é uma exigência do Ministério para explicar os critérios de prescrição e distribuição do insumo nas unidades de saúde. Devido aos efeitos devastadores, a pasta é obrigada a tornar público, regularmente, conforme recomendações.

O que muitas pessoas não sabem é que o remédio torna as relações sexuais ainda mais perigosas, se feito sem uso de métodos contraceptivos. Isso porque as pessoas no tratamento das doenças mencionadas precisam evitar a gravidez, e consequentemente, a malformação congênita pelo uso do medicamento.

O documento informa que mulheres com idade fértil devem realizar um teste de gravidez 24 horas antes de começar o tratamento e mensalmente a cada novo ciclo com Talidomida. O teste de gravidez deve ser realizado, ainda, uma vez por semana durante o primeiro mês do tratamento e mensalmente após o primeiro mês de tratamento.

Há recomendações até para pacientes do sexo masculino. Eles devem usar preservativo em todas as relações sexuais durante todo o tratamento e 30 dias após o término dele. A Sesau reforça que mesmo os vasectomizados, em tratamento, devem utilizar o preservativo externo, pelo menos, quatro semanas após a última dose de talidomida.

História – O remédio Talidomida foi criado na Alemanha em 1954. Na época ele era usado para aliviar a ansiedade e desfrutar. Quatro anos depois, o medicamento começou a ser vendido no Brasil e caiu no gosto das mulheres. O episódio ficou conhecido como “A tragédia da Talidomida”.

Em 1960, cientistas descobriram que o remédio causava encurtamento de braços e pernas de bebês durante a gestação, a chamada focomelia (membros semelhantes aos de uma foca). Cinco anos mais tarde, em 1965, um médico israelense descobriu que uma droga poderia ser usada de forma benéfica em pacientes com hanseníase e o insumo voltou para ser comercializada

Devido à gravidade e ao número de crianças que nasceram com os efeitos do medicamento, o Governo Federal criou uma pensão especial para as vítimas. O benefício específico é destinado às pessoas com Síndrome da Talidomida nascidos a partir de 1º de março de 1958, data do início da comercialização no país.

Ainda hoje o assunto é amplamente discutido em todo o Brasil pelo risco para fetos e gestantes. Embora não haja motivo para alarme, alguns estados realizaram seminários e orientações constantes sobre o consumo.

No ano de muitos anos depois, apenas em 1997 foi decidido que o remédio seria destinado apenas aos pacientes citados anteriormente nesta reportagem. Em 2011 a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou uma RDC (Resolução de Diretoria Colegiada) com regras de controle sobre o uso do remédio e fim da comercialização geral.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal fazer Notícias Campo Grande e siga nossos redes sociais.

By admin

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *