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Muita gente já passou pela experiência de receber um produto variado em compras online. Para amenizar esse problema, a Amazon anunciou o Projeto PI, uma tecnologia que utiliza inteligência artificial (IA) para detectar possíveis danos em produtos antes de seu envio ao comprador.
PI é uma sigla para “investigador particular”. A própria Amazon explica que o nome faz alusão ao uso de ferramentas de detetive para detectar produtos suspeitos.
Tecnologia de visão computacional
Sendo exato, a ferramenta principal é um sistema de visão computacional que analisa imagens do produto na embalagem para detectar sinais que sugerem danos, como vazamento de líquidos, alteração no padrão de núcleos ou tamanho irregular.
Em muitos casos, o produto é danificado durante o envio. Entre as causas para isso estão descuidos no transporte (como deixar o pacote cair) ou armazenamento inadequado (deixar o produto sobre o motor quente do caminhão de entrega, por exemplo).
Mas há situações em que os danos ocorrem no centro de distribuição e, muitas vezes, os funcionários envolvidos no processo de entrega não percebem o problema ou não o reportam. O Projeto PI foi desenvolvido justamente para cobrir essa brecha, por assim dizer.
Além de detectar sinais que sugerem danos em produtos, a tecnologia pode ajudar a Amazon ou as empresas associadas a identificar o problema que causou aquela avaria. Por exemplo, uma mancha úmida na embalagem sugere que pode haver vazamento de água no armazém.
Quando o sistema detecta algo suspeito, o item é isolado, isto é, não é enviado ao cliente até ser conferido. Além disso, uma investigação é iniciada pela Amazon para verificar se o problema está presente nas mais unidades do produto.
Constatada a avaria ou o defeito, a Amazon ou a empresa parceira tem a opção de descartar, doar ou revender o item com desconto (se isso for possível).
![Animação sobre o funcionamento do Projeto PI (imagem: divulgação/Amazon)](https://files.tecnoblog.net/wp-content/uploads/2024/06/amazon-project-pi-ia.gif)
Modelo de IA generativa
A Amazon também está implementando um sistema de IA generativa baseado em um LLM multimodal (ou MLLM) para tratar do pós-venda. A ideia é analisar reclamações de clientes que devolvem ou pedem troca do produto.
Neste caso, o sistema analisa o feedback do comprador e compara as informações extraídas dali com as imagens registradas pelo Projeto PI para confirmar se a reclamação é consistente. Com isso, medidas preventivas podem ser tomadas, como verificar todo o estoque de um produto que pareça ter um defeito recorrente.
Os resultados são promissores, tanto que a Amazon já usa as duas tecnologias em alguns centros de distribuição na América do Norte, com mais unidades da região desenvolvendo-as até o fim do ano.
Presume-se que, a partir daí, os sistemas serão levados a unidades da Amazônia em outras partes do mundo.