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‘The Color Purple’ e ‘Anatomy of a Fall’ impulsionam os candidatos à temporada de prêmios Young

A forma como um ator aborda e se prepara para um papel pode ser diferente em cada projeto e, em alguns casos, o material apresenta obstáculos específicos que tornam a experiência ainda mais gratificante ou transcendente pessoalmente. Isso é verdade para atores de qualquer idade, mas é especialmente notável para um trio de talentos mais jovens nesta temporada de premiações.

Uma das melhores performances do ano chegou na comédia dramática do verão passado, “Are You There, God? Sou eu, Margaret”, de Abby Ryder Fortson, agora com 15 anos. Baseado no romance de 1970 de Judy Blume, o filme é centrado em uma menina de 11 anos navegando pelos primeiros estágios da feminilidade e pelas tensões que cercam o casamento inter-religioso de seus pais (sua mãe é cristã, seu pai é judeu).

Explorar um personagem que está passando por intensas mudanças pessoais era algo que Fortson conhecia muito bem. “Chegou na hora certa para mim, porque eu estava passando exatamente pelas mesmas coisas, e realmente me ajudou a olhar para o meu eu mais jovem com um pouco mais de gentileza”, diz Fortson.

“Ninguém é perfeito e somos todos apenas humanos confusos tentando nos descobrir. E acho que é por isso que essa história ressoou nas pessoas ao longo dos anos.”

Fortson estudou o roteiro linha por linha durante dois meses para realmente se aprofundar no personagem antes do início das filmagens na Carolina do Norte. Ela escreveu cartas para sua avó na tela, Kathy Bates, para construir histórias de fundo para seu relacionamento e aprendeu sobre a vida em uma época que existia muito antes de ela nascer. O resultado é um retrato honesto e autêntico de uma vida jovem que ressoa em qualquer geração.

“Quero criar histórias que sejam importantes para as pessoas”, observa Fortson. “A forma como a arte pode informar a nossa vida normal é algo especial de uma forma que nada mais pode realmente tocar.”

Freqüentemente, atores mais jovens são contratados para compartilhar um papel com outro ator – interpretando a versão jovem de um personagem. Esse foi o caso de Phylicia Pearl Mpasi, que fez sua estreia no cinema como a versão jovem de Celie (mais tarde interpretada por Fantasia Barrino) na ousada nova encarnação musical de “A cor roxa.” Blitz Bazawule dirige a narrativa dinâmica do romance de Alice Walker de 1982, que foi anteriormente adaptado para um filme de 1985 por Steven Spielberg antes de se tornar o musical da Broadway no qual este filme se baseia.

Para Mpasi, a chance de fazer parte de uma produção produzida por ninguém menos que Oprah Winfrey e Spielberg era algo que ela precisava aproveitar. “Tive sorte. Steven Spielberg está sempre em busca de novos talentos, e o primeiro filme foi o que permitiu que Oprah e Whoopi Goldberg se destacassem, por isso é sempre ótimo e muito importante quando as pessoas estão em posição de abrir as portas para outras”, diz Mpasi, que foi desde fazer vídeos no YouTube em seu porão até trabalhar com um elenco de primeira linha em seu primeiro filme.

A atriz também teve que descobrir como equilibrar sua atuação em relação ao que Barrino estava fazendo como a versão mais antiga do personagem. “Só por causa da natureza da agenda, não conseguimos sentar juntos para conversar sobre Celie”, observa Mpasi. “Mas o que há de tão bom nos personagens de Alice Walker é que eles são tão relacionáveis, e é por isso que a história resistiu ao teste do tempo.” Mpasi ia ao set sempre que podia para observar Barrino “para que eu pudesse ver como ela ficava de pé, movia as mãos e falava, só para ter certeza de que eu estava preparando o terreno”.

Mpasi cita uma cena em que Celie é separada de sua amada irmã Nettie como particularmente difícil de filmar. “Eu sabia que seria muito importante e que a montanha-russa estava avançando até aquele momento”, lembra ela. Outros elementos agravaram o desafio. “Com os elementos adicionais de filmar a cena à noite e na chuva, eu simplesmente não conseguia me separar do personagem ou do processo. Foi muito desafiador terminar as filmagens e deixar aquele personagem no momento.”

Milo Machado Graner também teve que lidar com emoções intensas e retratar com credibilidade a deficiência visual de seu personagem para o thriller jurídico “Anatomia de uma Queda”, no qual ele interpreta um menino de 11 anos cuja mãe é acusada de assassinar seu pai. “Minha preparação para o papel levou algum tempo”, diz Graner. “Visitamos diversas instituições para cegos e deficientes visuais, levando em consideração que existiam 1.000 tipos diferentes de cegueira, para entender como posicionar o olhar de maneira confiável, como posicionar o corpo e a marcha corretamente.”

O personagem de Graner também precisa processar mentalmente a noção de possível homicídio dentro de sua família. “Admito que senti muita pressão no início dos ensaios, porque na minha família há cegos e deficientes visuais, e fiquei intimidado com a complexidade do papel — inclusive o aspecto da cegueira, já que isso supõe uma reviravolta total na maneira de ver o mundo ao seu redor”, diz ele.

Ele se esforçou para sempre dar o máximo à diretora Justine Triet. “Não sou um ator instintivo, então tive que tentar várias vezes e estudar os detalhes, além de fazer exercícios repetitivos para me colocar nas emoções do personagem”, diz ele.

Graner observa que Triet lhe diria para não agir – em vez disso, ela diria, “entrar no estado”. O resultado é um dos desempenhos mais atraentes do ano.

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