Antes de sua estreia internacional na competição World Cinema Dramatic no Festival de Cinema de SundanceO Independent Film Group da United Talent Agency, com sede em Beverly Hills, aproveitou a representação de vendas domésticas para a narrativa não convencional do narcotráfico “Sujo”, de “Identificando recursos” criadoras Astrid Rondero e Fernanda Valadez.

UTA junta-se à empresa com sede em Paris Alfa Violeta (“Maçãs”), que cuida das vendas internacionais e também da coprodução do novo título do Sundance.

“A Alpha Violet está entusiasmada em continuar trabalhando com Fernanda e Astrid após o sucesso de ‘Identifying Features’. Ser uma equipe maior para apoiar nossos cineastas é fantástico!” Virginie Devesa, co-diretora da Alpha Violet, disse Variedade.

Exibido na competição World Cinema Dramatic do festival, o projeto aborda a identidade herdada e as pesadas lutas que sufocam as comunidades de cartéis através dos olhos e experiências de uma criança, Sujo (Kevin Uriel Aguilar Luna, Juan Jesús Varela), que atinge a maioridade depois de perder os pais. em uma cidade marcada pela brutalidade.

“No México, há uma imensa crise de orfandade devido à violência dos cartéis. Alguns desses órfãos são filhos das vítimas, mas muitos outros são filhos e filhas dos perpetradores. Sentimos que contar uma história através dos olhos do filho de um perpetrador (ainda que uma vítima), nos deu uma oportunidade única de refletir sobre os desafios que todos os jovens enfrentam no México, mas também em qualquer lugar onde as gerações mais jovens enfrentam algum tipo de violência que parece um caminho inevitável”, explicaram Rondero e Valadez.

Instado pelas circunstâncias a abandonar a sua inocência, o protagonista entra e sai de uma verdadeira panela de pressão, homens que de outra forma poderiam orientá-lo, em vez disso, transformam o seu terno coração em aço antes que ele possa agarrar um destino diferente.

“A adolescência é uma fase onde os jovens tentam encontrar um lugar para pertencer, mas também para se provarem. No contexto da violência dos cartéis, essa energia coloca os jovens em grande perigo. A violência pode ser percebida como um rito de passagem para a vida adulta e, em muitas comunidades do México, as crianças não têm muitas opções”, lamentaram os diretores.

“Às vezes, as suas únicas opções são a migração ou o recrutamento, voluntário ou forçado. Queríamos explorar essa energia da adolescência em Sujo, como os cartéis atraem os jovens para serem usados ​​e depois descartados, para manter a maquinaria dos cartéis funcionando”, acrescentaram.

Produzido por Valadez e Romero’s EnAguas Cine ao lado de Diana Arcega e Corpulenta do México, Jewerl Ross da Silent R Management da Califórnia (“Bruiser”) e Jean-Baptiste Bailly-Maitre e Devesa da Alpha Violet, o filme se move em sintonia com a gravidade do assunto matéria.

Os momentos param enquanto vemos as reverberações da lenta doutrinação de Sujo permanecerem na tela em meio a um cenário rural sereno. As mulheres da periferia que contrariam o terror são provedoras etéreas e carregam o imenso fardo de persuadir uma metamorfose dos jovens sob seus cuidados, por mais fútil que seja essa tarefa.

“Queríamos fazer um retrato do Sujo através dos personagens que significaram algo em sua vida, das pessoas que o formaram espiritualmente. Não é por acaso que muitas delas são mulheres. No México as mulheres são uma fortaleza, são elas que mantêm as famílias e a sociedade funcionando, mesmo nas circunstâncias mais difíceis. Queríamos reconhecer isso neste filme, mesmo que seja contado através dos olhos de um jovem: as mulheres são as guardiãs e as nutridoras da esperança”, compartilharam Valadez e Romero.

A segunda colaboração da dupla, cujo filme “Identifying Features” estreou no Sundance em 2020, conquistando prêmios de público e de roteiro, “Sujo” vira a maré na típica tarifa do narcotráfico, optando por não glorificar o estilo de vida, mas responsabilizá-lo.

Sujo
Cortesia de EnÁguas Cine

“O modo de vida do cartel, os seus mitos e as suas personagens penetraram em todas as áreas da cultura e da sociedade do nosso país. Essa cultura de cartel apresenta-se como histórias de resistência e de saída da pobreza. Mas essa imagem é uma manipulação completa, uma armadilha para os jovens, porque a maioria das crianças recrutadas acaba morta antes de completar 25 anos e suas famílias permanecem em profunda adversidade”, observaram Rondero e Valadez.

“Fazer filmes é uma forma de questionar essa cultura. Não podemos dar respostas, mas achamos que um filme pode resolver um problema e abrir uma conversa. Ironicamente, quanto menos didático, mais poderoso pode ser um filme. Ainda estamos muito próximos de “Sujo” para avaliar o quão eficaz é como história, mas abrir uma conversa era um dos nossos objetivos. Quais consideramos que sejam formas de os jovens se manterem afastados da violência? Educação, é claro. Justiça social. Mas estas são palavras simples que precisam de ser postas em prática pelas nossas sociedades”, acrescentaram.

Assim como o homônimo do protagonista, um cavalo selvagem que não é facilmente domesticado, o filme explora caminhos para a liberdade e o desejo de fuga, ao mesmo tempo em que observa a falta de recursos e apoio que muitas vezes colocam uma bifurcação no caminho do progresso sólido da juventude de olhos arregalados.

“Não acreditamos que a mudança seja fácil, porque as circunstâncias podem colocar muita pressão sobre um jovem e, às vezes, essas circunstâncias podem ser tão extremas que os forçam a deixar suas comunidades, tenham ou não recursos”, opinaram Rondero e Valadez. .

“Acreditamos na possibilidade de mudar a nós mesmos e às nossas comunidades, mesmo que seja extremamente difícil e lento. Achamos que faz parte da nossa essência como seres humanos. A mudança geralmente ocorre quando não estamos sozinhos, em grupos, mesmo pequenos, organizados com um objetivo específico. Pensamos particularmente nas mães das vítimas de desaparecimentos forçados, que se tornaram as mais ferozes activistas dos direitos humanos no México e, pouco a pouco, conseguiram provocar mudanças profundas na nossa sociedade, começando pelas comunidades onde residem”.

Encorajando aqueles que não veem uma saída para as suas dificuldades, os realizadores exortaram os jovens a “resistir, a procurar outros que estejam dispostos a resistir e a imaginar possibilidades juntos”.

“Sujo” estreia em 19 de janeiro no The Ray Theatre de Park City; as exibições online acontecem de 25 a 29 de janeiro.

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