A vacinação contra a dengue será sorteada em fevereiro, ainda sem dados definidos. A primeira remessa de imunizantes da indústria farmacêutica japonesa será destinada a crianças e adolescentes. Com número crescente de infecção por doença, o imunizante, Qdenga, será aplicado em regiões endêmicas do país.

A princípio, serão vacinadas pessoas entre 10 e 14 anos. Depois das pessoas idosas (grupo para o qual a vacina não foi autorizada pela Anvisa), essa é a faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue desde 2019. Como o laboratório tem capacidade de produção limitada, foi preciso definir prioridades. A imunização será feita em duas doses, que deverão ser feitas com intervalo de 90 dias entre elas.

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Segundo o Ministério da Saúde, municípios de 16 estados e o Distrito Federal preenchem os requisitos para o início da vacinação: possuem mais de 100 mil habitantes e ter alta transmissão da dengue registrada em 2023 e 2024, com maior predominância do sorotipo DENV-2.

Serão ao todo 521 municípios dos seguintes estados: Acre, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina , São Paulo e Tocantins.

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A remessa de 750 mil doses da Qdenga chegou ao Brasil no dia 20 de janeiro. Esse primeiro lote faz parte de 1,32 milhão de doses que serão distribuídas gratuitamente via SUS (Sistema Único de Saúde).

Segunda remessa para vacinação contra dengue

As 5,2 milhões de doses restantes chegarão até novembro, somando cerca de 6,4 milhões de aplicações, que deverão ser feitas com intervalo de 90 dias entre elas. O ministério já contratou também 9 milhões de doses para 2025. A compra foi feita no mesmo contrato para a aquisição dos imunizantes para este ano.

O Brasil passará a ser o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. Aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em março de 2023, o imunizante já está disponível em clínicas privadas desde julho do ano passado.

Cenário preocupante

Apenas em 2024, até 17 de janeiro, foram registrados quase 56 mil casos prováveis ​​de dengue — uma média de 27,5 infecções a cada 100 mil habitantes, além de seis óbitos confirmados.

Em coletiva de imprensa realizada na semana passada, o Ministério informou que circularam no país os quatro sorotipos da doença. A massa avaliará o cenário como “preocupante” e atuará em várias frentes de estratégia para o controle da dengue.

Apesar da campanha de vacinação, o diretor de Imunização e Doenças Transmissíveis, Éder Gatti, afirmou que não haverá impacto coletivo que possa fazer sentido ainda em 2024, por ser a primeira vez que a vacina for utilizada como política pública de enfretamento à doença.

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Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal.

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