Venezuela vê inflação baixa recorde: um vislumbre de estabilidade?

Em maio de 2024, a taxa de inflação da Venezuela atingiu um mínimo histórico de 78% ao ano, o mais baixo desde 2017.

Esta diminuição em relação aos meses anteriores destaca os esforços do Banco Central da Venezuela (BCV) para estabilizar a economia através de ajustamentos cambiais.

A taxa de inflação de Maio foi de 3,9%, acima dos 2,9% de Abril, resultando numa taxa anual acumulada de 15,3%.

Apesar destes números, as dificuldades financeiras ainda são evidentes, especialmente no sector dos serviços. Os custos de eletricidade aumentaram 18,2% e as taxas de serviço de água aumentaram 16,7%.

Da mesma forma, os serviços de saneamento e gás aumentaram 7%, enquanto os aumentos nos serviços de televisão por cabo, telemóvel e Internet foram de 5%, 14,4% e 4%, respetivamente.

Os custos de educação também aumentaram, com as taxas de transporte aumentando 6%, as mensalidades universitárias 4% e as taxas escolares 24%. No entanto, o sector alimentar e bebidas registou uma ligeira deflação de 1,1%.

Geograficamente, as taxas de inflação diferiam. Na região metropolitana de Caracas, a inflação anual atingiu 80%, com uma taxa mensal de 4%, acima da média nacional.

O FMI prevê um crescimento de 4% para a economia da Venezuela em 2024, consistente com 2023, e antecipa um ligeiro aumento para 3% em 2025.

Esta previsão está acima do crescimento médio regional de 2% para a América Latina.

Contudo, estas projecções são cautelosas, dados os desafios na produção de petróleo e a actual volatilidade da inflação.

A tendência da inflação sugere um optimismo cauteloso quanto ao futuro económico da Venezuela, mostrando potenciais sinais de estabilização e recuperação.

Esta perspectiva oferece esperança de melhores condições económicas e menos dificuldades diárias para os seus cidadãos.