Wi-Fi 7: entenda a nova geração da rede e o que mudar em comparação com o Wi-Fi 6

O Wi-Fi 7 é a nova geração da conectividade sem fio. Prometido para 2024, o novo protocolo da rede teve suas coleções concluídas recentementepermitindo que os fabricantes de roteadores, velocidade, celulares e outros dispositivos elaborem novos produtos oferecendo velocidades ainda mais altas e maior estabilidade que o Wi-Fi 6.

Embora vários celulares, tablets e outros dispositivos já suportem a sexta geração da tecnologia no Brasil, a oferta de produtos para provedores de serviços de internet compatíveis ainda está em fase de crescimento. De acordo com a TP-Link, é essencial focar em construir uma base sólida com o Wi-Fi 6 para que o país receba o Wi-Fi 7.

Para entender o que a nova geração do Wi-Fi representa para os usuários e quais são suas melhorias em relação ao Wi-Fi 6, confira a matéria especial a seguir, com comentários e explicações de Ayrton Neves, diretor de canais da TP-Link .

O Wi-Fi 6 representou um avanço significativo em relação ao Wi-Fi 5, oferecendo uma conectividade mais estável. A tecnologia permite o uso simultâneo de vários dispositivos, eliminando quedas de desempenho recorrentes nas versões anteriores — algo ideal em um cenário onde há um uso crescente de streaming de filmesjogos on-line e mais.

Uma das peças fundamentais do Wi-Fi 6 é o acesso múltiplo por divisão ortogonal de frequência (OFDMA). O conceito é simples: trata-se de um recurso que otimiza o uso do canal por vários dispositivos ao mesmo tempo. Para isso, um transmissor de sinal pode se dividir em várias faixas de acesso, tornando o fluxo de dados mais eficiente.

Outro recurso que faz parte do Wi-Fi 6 é o MU-MIMO, que pode se traduzir para “múltiplas entradas e múltiplas saídas para múltiplos usuários”. A função já estava disponível no Wi-Fi 5, mas somente em downlink (transmissão de dados do roteador para os dispositivos). Com o Wi-Fi 6, o MU-MIMO funciona também em uplink (dos dispositivos para o roteador).

Antigamente, os roteadores eram capazes de se comunicar com apenas um dispositivo por vez, embora a transmissão de dados parecesse simultânea para todos os usuários conectados à mesma rede. Com o MU-MIMO, os roteadores podem trocar dados com vários dispositivos simultaneamente, seja em downlink ou uplink.

Há também ferramentas como o Target Wake Time (TWT), que melhora a eficiência de energia dos aparelhos compatíveis com Wi-Fi 6 ao agendar horários específicos para “despertarem” e comunicarem-se com o roteador, e o BSS Coloring, que ajuda a reduzir a interferência de sinal em locais onde muitas redes operam próximas umas das outras.

“O Wi-Fi 6 representa um avanço significativo em termos de tecnologia, proporcionando aos usuários uma experiência de conexão notavelmente mais estável e rápida”, comenta Ayrton Neves. “Estamos observando um aumento na adoção desta tecnologia no Brasil, com uma demanda crescente por roteadores compatíveis com essa concepção”.

Conforme observado, o Wi-Fi 6 confere melhorias substanciais para a experiência do usuário, contudo, o aumento da velocidade máxima de transmissão de dados não é tão significativo em comparação com o Wi-Fi 5. Estamos falando de um salto de 3,5 Gbps para 9,6 Gbps.

A expectativa é que o Wi-Fi 7 atinge velocidades acima de 40 Gbpsrepresentando um incrível avanço de capacidade em relação ao Wi-Fi 6. Para isso, o protocolo “empacota” mais dados em cada transmissão graças ao 4K QAM (Quadrature Amplitude Modulation), além de oferecer o dobro de tamanho de banda com a adição de um canal de 320 MHz.

Outro avanço é a capacidade de se conectar com duas bandas simultaneamente com o recurso MLO (Multi-Link Operation). Isso garante velocidades mais rápidas por meio da agregação, além de permitir que ambas as bandas sejam usadas para compartilhar dados redundantes ao mesmo tempo, agregando maior confiabilidade e latência mais baixa.

Imagine que, em uma orquestra, cada músico represente um canal de transmissão de dados. Nas versões anteriores do Wi-Fi, tínhamos menos músicos e instrumentos, então só podíamos tocar uma quantidade limitada de notas ao mesmo tempo. No Wi-Fi 7, com mais músicos e instrumentos, podemos tocar mais notas ao mesmo tempo, e cada músico é capaz de tocar notas mais rapidamente e com maior complexidade.

Airton Neves
Diretor de Canais da TP-Link

De acordo com a Intel, uma das empresas na vanguarda da nova geração da tecnologia graças ao suporte discreto de seus novos lançamentos Core Ultranotebooks com Wi-Fi 7 poderiam beirar taxas de transmissão de dados de 5,8 Gbpso que é um marco significativo para conexões sem fio, permitindo fazer download de 15 GB em menos de 30 segundos.

Ayrton Neves afirma que “focar no Wi-Fi 6 agora é essencial” para garantir que o país esteja pronto para o Wi-Fi 7. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) afirma que o Wi-Fi é o principal meio de acesso à internet no Brasilcontudo, apesar dos esforços para popularizar o Wi-Fi 6é necessário investir em sua ampliação antes da estreia da nova geração.

“Embora o Wi-Fi 7 prometa velocidades ainda mais impressionantes e uma capacidade de resposta praticamente instantânea, devemos ser realistas quanto aos prazos”, disse Neves. “As infraestruturas de rede do país, as regulamentações e o ciclo de atualização dos dispositivos implicam que a implementação do Wi-Fi 7 no Brasil não será uma realidade a curto prazo.”