São Paulo – A fabricante de calçados infantis Kidy quer ampliar a presença de seus produtos nos países árabes, onde seus produtos já são vendidos via distribuidores há algumas décadas.

A empresa fundada em Birigui, Brasil, em 1990, ampliou suas equipes de comércio exterior para aumentar o volume de pares de calçados enviados por ano para estados do Golfo e da África, onde vê maior espaço para crescimento.

“Já somos fortes nas Américas. Agora temos que manter o que já temos e expandir lá (nos países árabes). Desbloqueamos mercados em África e no Médio Oriente, mas ainda há espaço para crescer nestas regiões. Daí esse investimento em pessoal exportador, para enfrentar com mais força esses mercados”, disse o gerente de marketing da empresa, João Gava, durante a feira calçadista BFShow, em São Paulo.

Gava contou à ANBA que a Kidy começou a exportar em meados da década de 90. Agora, 12% da sua receita vem de mercados estrangeiros, especialmente dos Estados Unidos e do Cone Sul. A empresa também está presente nos mercados africanos e árabes, incluindo Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Egito e Líbia.

Em todos os países, a estratégia passa por construir alianças com distribuidores fortes no retalho local de calçado e trabalhar em conjunto com eles para construir uma base de clientes. Segundo Gava, esse modelo tem permitido à Kidy manter uma presença perene no mercado externo e desenvolver um relacionamento contínuo entre suas marcas e o consumidor.

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“O distribuidor é uma extensão da empresa no exterior”, explica Gava. “Um varejista pode não querer meu produto na próxima temporada”, continuou ele. “No Brasil, temos capacidade de olhar de lojista para lojista. No exterior, munimos esse distribuidor de informações e materiais para que ele construa esse relacionamento com o lojista, que vai ganhar mais com ele e, consequentemente, com a gente”, argumenta.

Árabes são consumidores exigentes

Os clientes árabes, diz Gava, são muito exigentes no que diz respeito ao calçado que compram para os filhos, principalmente os mais pequenos. Embora tenha preços mais elevados em relação aos seus congéneres turcos e chineses nestes mercados, o produto brasileiro conquista clientes devido à sua maior qualidade.

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Dada a disposição do consumidor árabe em pagar mais, a Kidy tem investido em design e principalmente em tecnologia para agregar aos seus produtos, que hoje são fabricados em Três Lagoas, em Minas Gerais, e Birigui, em São Paulo. As linhas incluem, por exemplo, tecnologia antibacteriana e polímeros que permitem que o ar entre e saia das solas, evitando a entrada de água.

Acreditando ter um portfólio compatível com diferentes mercados externos, a empresa espera que suas equipes de comércio exterior ajudem a aumentar a participação nas exportações para cerca de 20-30%.

“É o número mágico – já o tínhamos no passado”, comentou. “Nosso produto é competitivo e rende bem nos distribuidores”, acrescentou.

Reportagem de Daniel Medeiros, especialmente para a ANBA

Traduzido por Guilherme Miranda

Daniel Medeiros/ANBA

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