Cida Gonçalves participou de palestra nesta quinta-feira em Campo Grande no auditório da UEMS

Ministra Cida Gonçalves durante palestra na UEMS (Foto: Gabriela Couto)

Durante encontro realizado nesta quinta-feira (4) na UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), a ministra da Mulheres, Cida Gonçalves, destacou a necessidade urgente de compensar o significado de “família”, apontando para a realidade de que muitas famílias são chefiadas por mulheres ou compostas por mães solo.

O ministro fez um apelo por uma ajudante urgente do discurso sobre a família para garantir a inclusão de todas as formas familiares na sociedade. “É preciso compensar o discurso do que é uma família, porque as pessoas acham que é só papai, mamãe e filhinho, mas 50% das famílias têm mulheres como chefes ou mães solo, mas não nos apropriamos disso. É preciso refazer o discurso e discutir a concepção da palavra mãe e maternidade e compensar estratégias de fala e discurso”, alertou.

A fala da ministra foi corroborada pela subsecretária de política para as mulheres do Estado, Manuela Nicodemos, que apresentou dados recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que revelou que as mulheres trabalham mais de 24 horas por semana em trabalhos domésticos, enquanto homens apenas 13 horas.

A subsecretária reforçou a importância da leitura de autoras mulheres feministas para elaborar projetos de política pública. “No Brasil, 50 mil mulheres são violentadas todos os dias e é preciso debater o empoderamento e a divisão de trabalho”, disse Nicodemos.

Destacando o pedido pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para elaboração de políticas públicas externas às mulheres, a ministra apresentou planos para direção à igualdade de gênero, incluindo metas para os próximos anos. Com um foco específico na mudança cultural dentro das empresas, Cida reforçou a importância de políticas como licença paternidade e maternidade para promover essa transformação.

“Em 2024 vamos discutir muito a igualdada e em 2025 vamos avançar na equidade de gênero para alterar o quadro da divisão social do trabalho de casa. A meta é que mulheres pobres se tornem cidadãs com direito para ajudar a enfrentar o ódio contra mulheres. É preciso não mudar só que está posto, mas contribuir e refazer nossa fala”, disse o ministro.

A assinatura de compromissos com a equidade de gênero por parte das concessionárias do país também marca um passo nessa direção. “Já começamos ontem com a assinatura com a maioria das concessionárias do país se comprometendo com a equidade de gênero e criando um plano de trabalho. Isso é um problema do Brasil e não do governo Lula. Espero que a lei da igualdade salarial esteja implantada até o início da discussão da equidade de gênero no ano que vem, precisamos reorganizar a cultura empresarial do país e colocar na pauta das empresas as questões das mulheres”, disse.

Por fim, o ministro destacou a importância de garantir a representação das mulheres nos espaços da política, começando nas eleições legislativas deste ano, com o maior número de representantes no Legislativo e Executivo. “Esperamos refletir sobre as mudanças na eleição deste ano com a maioria de vereadoras e prefeitas eleitas. O ministério não quer mais cota e sim cadeiras”, finalizou.

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