O vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, disse que o governo do estado está considerando realocar cidades inteiras após as enchentes que devastaram o estado mais ao sul do Brasil.

“Temos uma série de desafios e não podemos descartar a necessidade de retirar cidades inteiras de onde estão, ou seja, reconstruir cidades em outras localidades”, disse ele em entrevista na quinta-feira.

Autoridades, engenheiros e urbanistas também estão a considerar substituir alguns bairros por parques, construir casas elevadas e adicionar novas barreiras e diques em áreas urbanas, convencidos de que reconstruir as cidades tal como estavam não será suficiente para a próxima crise climática.

O prefeito da capital Porto Alegre acrescentou que não há casas suficientes na cidade para acomodar as cerca de 30 mil pessoas atualmente deslocadas ou em abrigos. Sebastião Melo disse que o governo federal deveria assumir a responsabilidade pela crise imobiliária e realizar licitações públicas para incentivar os proprietários de imóveis não utilizados a venderem suas casas.

Banhando a capital do estado, o nível do rio Guaíba caiu para 4,98 metros na manhã de quinta-feira, bem acima do nível de cheia, mas diminuindo gradualmente.

Segundo autoridades estaduais, mais de 2,2 milhões de pessoas em 458 cidades foram afetadas pela crise em curso no Rio Grande do Sul até quinta-feira. 151 pessoas morreram e outras 104 estão desaparecidas. Mais de 538 mil residentes foram deslocados e 77 mil estão em abrigos.

Um artigo publicado recentemente pelo ClimaMeter, um grupo de pesquisadores do Laboratório de Ciências do Clima e Meio Ambiente (LSCE), com sede na França, atribuiu as enchentes no Rio Grande do Sul às mudanças climáticas provocadas pelo homem, uma indicação de que eventos semelhantes acontecerão novamente, mais cedo ou mais tarde.

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